Mulheres ao redor do mundo ganham 24% menos que os homens
Divulgado nesta segunda-feira, dia 14 de dezembro, o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2015 aponta que mulheres ao redor do mundo ganham 24% menos que os homens. Os dados fazem parte do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para avaliar o desequilíbrio de gênero no mercado de trabalho.
De acordo com Andréa Bolzon, coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional do Pnud:
“O relatório mostra que é preciso começar a focar nessa questão da desigualdade de remuneração. É inaceitável que um homem e uma mulher façam a mesma coisa e a mulher ganhe menos. Tem aí um trabalho mais profundo, mais cultural, de transformar as normas sociais que excluem as mulheres do trabalho”.
Para superar a disparidade dos salários entre os gêneros, o relatório sugere medidas para garantir a igualdade dos salários tais como o combate ao assédio e a normas que excluem as mulheres do trabalho remunerado. “Só então poderá a sobrecarga do trabalho de prestação de cuidados não remunerado ser partilhada, dando assim às mulheres a possibilidade de integrar o mercado de trabalho”, diz o texto.
A região da América Latina e Cariba é a que concentra o maior número de trabalhadores domésticos, em sua maioria mulheres. São quase 20 milhões de pessoas, 37% do total mundial. Por outro lado, o percentual de assentos parlamentares ocupados por mulheres na região (27%) é superior à média mundial (21,8%).
A desigualdade de gênero no Brasil e na América Latina
No Brasil, o Índice de Desigualdade de Gênero chega a 0,457, um pouco maior que a média mundial (0,449).
O índice considera as taxas de mortalidade materna, a contribuição das mulheres no mercado de trabalho e o número de cargos públicos ocupados por mulheres. No Brasil, a taxa de mortalidade materna é de 69 por 100 mil nascidos vivos.
No mercado de trabalho, as mulheres brasileiras têm 59,4% de participação, enquanto entre os homens esse índice é de 80,8%, e ocupam 9,6% dos cargos públicos. Na Argentina, por exemplo, essa taxa é de 36,8%.
Já no Uruguai, por exemplo, a taxa de mortalidade materna chega a apenas 14, um possível efeito da política de legalização do aborto, implementada no fim de 2012.
O Relatório de Desenvolvimento Humano ainda aponta que dos 204 milhões de desempregados no mundo, 74 milhões são jovens.
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